O maior ícone da arquitetura moderna no Brasil, Oscar Niemeyer, recebe, nesta exposição, nova homenagem pela passagem de seus 100 anos de vida. O trabalho diário e a participação ativa em todos os seus projetos, da concepção à construção, demonstram a inesgotável longevidade criativa do arquiteto. Um símbolo de superação daqueles que lhe serviram de mestres e mestre de toda uma geração de novos profissionais, brasileiros e estrangeiros.
Zaha Hadid, Richard Rogers, Richard Méier, Fumihiko Maki, Arata Isozaki, Toyo Ito, Renzo Piano, César Pelli e Mario Botta, entre outros nomesda arquitetura contemporânea mundial, registram, em citações de obras, a busca de inspiração e referências no criador de Brasília. A liberdade e ousadiaestrutural, características das criações de Niemeyer, podem ser observadas nesta mostra em projetos já consagrados, como a Universidade de Constantine, na Argélia; recentes, como o Museu de Brasília; ou inéditos, como a Praça do Povo e a Torre TV Digital, ambas na capital federal. Marcos dessa trajetória, Pampulha e Brasília são destacadas na seleção de fotografias do francês Marcel Gautherot.
A exibição desses projetos originais, pertencentes ao acervo da Fundação Oscar Niemeyer, de numerosas maquetes, croquis e desenhos livres e técnicos traçam o caminhode Niemeyer, na maneira como concebe, projeta e detalha suas obras. A exposição Oscar Niemeyer: trajetória e produção contemporânea 1936–2008 pretende enfatizar essa análise arquitetônica, desde o início do processo criativo até os dias atuais, na obra do mestre brasileiro, que tem nossa especial admiração.
Imagens
foto: Divulgação MON
foto: Divulgação MON
foto: Divulgação MON
foto: Divulgação MON
foto: Divulgação MON
foto: Divulgação MON
foto: Divulgação MON
foto: Divulgação MON
foto: Divulgação MON
foto: Divulgação MON
Oscar Niemeyer: trajetória e produção contemporânea 1936 -2008
A exposição celebra o percurso daquele que deu formas definitivas à modernidade e destaca o papel fundamental que exerce hoje para a nova produção internacional de arquitetura. O criador da Pampulha é um daqueles raros exemplos de artistas cuja produção madura ainda surpreende, se equipara aos clássicos de períodos anteriores e influencia os mais importantes contemporâneos. Norman Foster, Zaha Hadid, Rem Koolhaas, Christian de Portzamparc, Daniel Libeskind entre outros, costumam citar sua obra como referência e fonte de inspiração. Além de percorrer a sua carreira, a exposição está centrada na significativa e numerosa produção dos últimos anos.
A mostra que ora apresentamos no Museu Oscar Niemeyer teve sua origem no projeto Atelier Finep, desenvolvido no Paço Imperial sob os auspícios da Financiadora de Estudos e Projetos / Ministério da Ciência e Tecnologia, em 2007. A exposição lançava um olhar sobre o processo criativo do arquiteto carioca e o modo como ele concebe e detalha suas obras através de croquis e desenhos livres originais, desenhos técnicos e numerosas maquetes.
Oscar Niemeyer participa, direta e pessoalmente, de todas as etapas de concepção, desenvolvimento, implantação e construção de seus projetos.
Nesta exposição, desenhos originais, integrantes do seu processo de trabalho, ilustram as fases de concepção de trabalhos recentes – o Museu de Brasília, o Auditório de Ibirapuera, o Pavilhão da Serpentine (Londres, Inglaterra), o Museu de Arte Contemporânea de Niterói, a Torre e a Praça do Povo em Brasília, entre outros. A íntegra dos projetos recentes, desenvolvida com desenhos tradicionais e apoio de processos digitais, é exibida em uma projeção. Duas realizações de um período anterior foram selecionadas – a sede do Partido Comunista Francês (Paris, França 1965) e a Universidade de Constantine (Argel, Argélia 1969) – para se exibir registros detalhados dos processos de sua realização.
Oscar Niemeyer pertence à segunda geração moderna do século XX. Nascido em 1907, no Rio de Janeiro, foi o primeiro arquiteto a antever o esgotamento do princípio racionalista de que a forma deveria estar subordinada à função. Nos planos que realiza para o Conjunto da Pampulha, em 1942 e 1943, introduz curvas e formas escultóricas. A forma livre se transforma no principal elemento de uma obra que amalgama arquitetura, arte, tecnologia e paisagismo, explorando o uso ilimitado das potencialidades plásticas e estruturais do concreto armado. Niemeyer apontou rumos alternativos à burocracia estética que rondava o modernismo. Com uma linguagem pessoal,confrontou o racionalismo do interior do próprio movimento e demonstrou novas possibilidades de o modernismo lidar com formas provenientes da estreita relação entre arquitetura e estrutura.
O criador de Brasília trabalhou, no início de sua carreira, durante dois anos, no Instituto do Patrimônio. No que toca à sua arquitetura, contudo, a tradição é um ponto de partida, jamais um objetivo ou ponto de chegada. Seu compromisso sempre foi o da construção de uma identidade cosmopolita brasileira.
Niemeyer faz hoje o passado de amanhã. Fiel a princípios materialistas-dialéticos, tem como preocupação fundamental a técnica enquanto elemento da ciência para conduzir ao progresso. Busca, todavia, associá-la a uma visão poética e não-mecanicista do homem. Nesse sentido, cria um momento único que deve surpreender e emocionar. Como possibilidade poética a arquitetura inaugura o momento e reinstala a humanidade na percepção de cada um .
É essa excepcional produção que Oscar Niemeyer: trajetória e produção contemporânea 1936 -2008 incita o espectador a percorrer.
Lauro Cavalcanti Curador da exposição
Exposição virtual
O MON está ao lado de grandes museus do Brasil e do mundo na plataforma Google Arts & Culture. Visite nossas exposições em formato virtual.
Conheça mais sobre esta exposição na plataforma Google Arts & Culture.